Só por hoje quero aprender com a persistência insistente das formigas. “Um filósofo costumava contar aos amigos uma história de sua mocidade. – Certa vez – dizia ele -, para escapar de inimigos, fui forçado a me esconder nas ruínas de um edifício, e passei ali sentado muitas horas. Desejando distrair a mente da triste situação em que me achava, fiquei olhando uma formiga que subia por uma parede, carregando um grão de trigo maior do que ela; contei todas as suas tentativas para alcançar o objetivo. O grãozinho caiu sessenta e nove vezes, mas a formiga perseverou e, ao completar setenta vezes, alcançou o topo. Essa cena me deu coragem no momento, e nunca esqueci a lição”. “Fomos e voltamos da Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar, e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos” (George Carlin).
(George Carlin). Mayer, Canísio. Só por hoje. São Paulo: Paulus, 2ª reimpressão, 2018.