Só por hoje quero compreender melhor o desafio de ser livre no mundo de hoje. Havia um pastor que cuidava de várias ovelhas que se moviam por vastos prados rodeados por uma cerca protetora. Não fazia exceção e a todas cuidava com a mesma preocupação. Branquinha era uma dessas muitas ovelhas. Certo dia, uma ovelha descobriu um buraco na cerca. Sem muito pensar, decidiu fugir. Aventurou-se pelo mundo afora. Percorreu montanhas e vales, planícies e planaltos… Até que percebeu que um lobo começou a persegui-la. O medo tomou conta dela. Não tinha refúgio. Começou a correr sem rumo. Tinha que fugir da ameaça. E quanto mais corria mais se aproximava o inimigo. Sua vida estava por um fio. Já cansada e com o desespero tomando conta, visualizou um pastor que caminhava pelo campo. Este, quando a viu, correu ao seu encontro, tomando-a em seus braços… Estava aliviada, pois era o único jeito de dispersar o inimigo que a perseguia ferozmente. O pastor apenas protegeu a ovelha acariciando-a com todo carinho. Em seguida, levou-a para junto das demais ovelhas de onde escapara. Estas a receberam com festa… depois da acolhida festiva – daquela que se desgarrara do grupo – o pastor caminhou pelo redil, certificou toda a cerca e descobriu o buraco por onde a ovelha fugira. Porém, não fechou o buraco.
Mayer, Canísio. Só por hoje. São Paulo: Paulus, 2ª reimpressão, 2018.